sábado, junho 05, 2010

Soneto LXVI (Pablo Neruda)


Não te quero senão porque te quero

e de querer-te a não querer-te chego

e de esperar-te quando não te espero

passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,

te odeio sem fim, e odiando-te te rogo,

e a medida de meu amor viageiro

é não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro,

seu raio cruel, meu coração inteiro,

roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro

e morrerei de amor porque te quero,

porque te quero, amor, a sangue e fogo.

(Tradução de Maria Teresa Almeida Pina)


Soneto LXVI


Pablo Neruda

No te quiero sino porque te quiero

y de quererte a no quererte llego

y de esperarte cuando no te espero

pasa mi corazón del frío al fuego.

Te quiero sólo porque a ti te quiero,

te odio sin fin, y odiándote te ruego,

y la medida de mi amor viajero

es no verte y amarte como un ciego.

Tal vez consumirá la luz de Enero,

su rayo cruel, mi corazón entero,

robándome la llave del sosiego.
En esta historia sólo yo me muero

y moriré de amor porque te quiero,

porque te quiero, amor, a sangre y fuego.

Confúcio

"Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade."